O MISTÉRIO DO QUADRO NEGRO

O MISTÉRIO DO QUADRO NEGRO

Por Raul Avelino

Naquela noite eu estava a tomar um café na cantina fétida e nauseabunda de fritura com cheiro de gordura velha quando o nevoeiro a recobrir a relva do campus universitário, incomum para aquela época do ano, me dava mostras de que aquela não seria uma noite como outra qualquer.

Não tardou e momentos depois uma mente diabólica punha em curso seu plano sórdido.

O guinchar estridente e quase mudo do pequeno bastão de cal a riscar a lousa verde oliva desferia um golpe certeiro contra um ego tremulo e com a vaidade carcomida pelo tempo.

“...NDIO COMÉDIA!”

Aquelas mal traçadas linhas calaram fundo n’alma da vítima que como se fora ferida de morte se debateu, contorceu, vociferou e reagiu planejando sua implacável vingança contra aquela aturdida comunidade de inocentes universitários. Dias depois estes pobres e indefesos acadêmicos foram vitimados com a crueldade da aplicação de uma prova sem consulta onde muitos sucumbiram.

INOCENTES?! Alguns talvez, porém, não todos!

Afinal entre tantas faces angelicais (imaginem aqui o Claudecir fazendo carinha angelical) esconde-se um anjo torto, um demônio atroz capaz de um crime tão bárbaro.

Teria o criminoso ascendência árabe, tamanha crueldade de seu ato de terrorismo? Seria ele um mouro? Ou seria culpado o mordomo?

Este é um mistério de solução tão complexa que nem mesmo a perspicácia de Hercule Poirot ou a sagacidade de Sherlock Holmes, ou ainda a atenção patológica à detalhes de Adrian Monk seria capaz de esclarecer.

Este mistério está à altura dos grandes enigmas da humanidade.

Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Eram Deuses os astronautas? Mãe! É verdade que eu fui encontrado num pé de repolho? Quem matou Salomão Ayala? PC Farias foi mesmo vítima de crime passional? Quem matou Odete Roitman? A Dilma, é feia assim mesmo ou tá chupando limão?

Enfim, QUEM TERIA MACULADO A HONRA DAQUELA POBRE ALMA COM O ADJETIVO COMÉDIA? 

Aguardem cenas dos próximos capítulos de “O MISTÉRIO DO QUADRO NEGRO.” (música macabra de filme de suspense e narração na voz de Vincent Price).